Por Michael Kepp [jornalista norte-americano radicado há 28 anos no Brasil], da Revista Equilíbrio
Alguns consideram minha mudança para o Brasil, uma viagem sem volta para um país que nunca havia visitado, um ato de coragem, um pulo gigante. Não foi. Foi um passo gradativo, uma extensão de uma década errante.
Entre meus 20 e 30 anos, passei muito tempo pegando caronas pelos EUA com a placa: "Qualquer lugar menos este". Vir para cá foi uma separação de um lugar onde nunca me senti em casa.
Meus dias na estrada me fizeram sentir seguro sobre como viver no presente. Ao me colocar em uma situação aparentemente insegura por um tempo indefinido e aceitando suas consequências, aprendi a desenvolver uma segurança interior.
O filosofo inglês Allan Watts disse: "O desejo de segurança é uma dor e uma contradição e, quanto mais nós o perseguimos, mais doloroso fica".
Quer dizer, renunciar à compulsão por se sentir seguro torna você mais seguro.
Na época das caronas, eu vivia de bicos construindo casas, colhendo maçãs, trabalhando como barman e garçom e lia Watts. Essa jornada incluiu pausas maiores em cinco cidades americanas e europeias antes de chegar ao Rio, o refúgio ideal.
O jeito descontraído dos cariocas ajudou a me recuperar de uma cultura mais estressante e competitiva. E, quando vi que podia sobreviver como jornalista freelancer, a pausa virou permanência. Eu tinha 33 anos. Agora, 28 anos depois, ainda sou freelancer. E viver à margem de uma profissão, como viajar à beira de uma estrada, ensina que a segurança vem de ter fé em si mesmo.
Os jovens de hoje não são aventureiros como no início dos anos 70.
Era uma época em que os jovens faziam viagens sem destino, fossem psicodélicas ou quilométricas, para abrir as portas da percepção e da autodescoberta.
Hoje, poucos jovens fazem essas odisseias. Uma economia global instável e mais competitiva acelerou as tentativas de entrar no mercado de trabalho. Muitos conhecem o terno e a gravata antes de conhecerem a si mesmos.
Para alguns, esse processo é um constante e imprevisível ato de autorreinvenção. Eu estudei zoologia e cinema, virei jornalista e depois cronista. E descobri que você encontra segurança não quando a procura, mas quando aceita os mistérios e as incertezas da vida. Não é uma busca externa, mas uma entrega interna. É a diferença entre passar pela vida e deixar a vida passar por você.
Entre meus 20 e 30 anos, passei muito tempo pegando caronas pelos EUA com a placa: "Qualquer lugar menos este". Vir para cá foi uma separação de um lugar onde nunca me senti em casa.
Meus dias na estrada me fizeram sentir seguro sobre como viver no presente. Ao me colocar em uma situação aparentemente insegura por um tempo indefinido e aceitando suas consequências, aprendi a desenvolver uma segurança interior.
O filosofo inglês Allan Watts disse: "O desejo de segurança é uma dor e uma contradição e, quanto mais nós o perseguimos, mais doloroso fica".
Quer dizer, renunciar à compulsão por se sentir seguro torna você mais seguro.
Na época das caronas, eu vivia de bicos construindo casas, colhendo maçãs, trabalhando como barman e garçom e lia Watts. Essa jornada incluiu pausas maiores em cinco cidades americanas e europeias antes de chegar ao Rio, o refúgio ideal.
O jeito descontraído dos cariocas ajudou a me recuperar de uma cultura mais estressante e competitiva. E, quando vi que podia sobreviver como jornalista freelancer, a pausa virou permanência. Eu tinha 33 anos. Agora, 28 anos depois, ainda sou freelancer. E viver à margem de uma profissão, como viajar à beira de uma estrada, ensina que a segurança vem de ter fé em si mesmo.
Os jovens de hoje não são aventureiros como no início dos anos 70.
Era uma época em que os jovens faziam viagens sem destino, fossem psicodélicas ou quilométricas, para abrir as portas da percepção e da autodescoberta.
Hoje, poucos jovens fazem essas odisseias. Uma economia global instável e mais competitiva acelerou as tentativas de entrar no mercado de trabalho. Muitos conhecem o terno e a gravata antes de conhecerem a si mesmos.
Para alguns, esse processo é um constante e imprevisível ato de autorreinvenção. Eu estudei zoologia e cinema, virei jornalista e depois cronista. E descobri que você encontra segurança não quando a procura, mas quando aceita os mistérios e as incertezas da vida. Não é uma busca externa, mas uma entrega interna. É a diferença entre passar pela vida e deixar a vida passar por você.
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