Arriscado - Moradores de Palmares precisam fazer percurso perigoso para se deslocar
Segundo dia da segunda turma de voluntários da UEPB, em Palmares
Correspondentes do dia – Profª Fátima Araújo, coordenadora geral; Emanoella Braga(Estudante de Direito) e Mariana Barreto(Estudante de Direito).
Imagem: Herbert Andrade OliveiraHoje iniciamos a nossa primeira visita de campo na cidade de Palmares-PE, com o objetivo de conhecer os pontos que foram destruídos pela enchente. Ao mesmo tempo, procuramos ouvir a população que transitava nas ruas, além de visitar alguns moradores que surgiam dos escombros de uma localidade que tornou-se uma cidade-fantasma. Podemos ver de perto o que realmente sucedeu e as conseqüências que acarretaram. Todos os prédios, da parte da cidade afetada, possuem marcas do ponto máximo que a água os atingiu, sendo de fácil percepção por todos. Com algumas horas de reconhecimento da área, diversas foram as situações que nos deparamos; desde um comércio paralelo entre moradores, de comidas e bebidas cobertas por terra, as quais foram retiradas de um depósito atingido pela enchente, até moradores que estão tentando aos poucos retirarem toda lama existente em suas casas, e tentando recuperar pertences no meio da lama existente nas ruas, ou seja, um povo lutando para reconstruir sua vida e sua cidade.
Tivemos a oportunidade de conhecer o Sr. Firmino, de aproximadamente 70 anos, um simpático senhor que mora na beira do rio há mais de 50 anos, já tendo presenciado as enchentes de 1975 e 2000, afirmando que nenhuma destas se comparam a mais recente, que fará um mês daqui a sete dias. O Sr. Firmino apesar de estar com sua casa sem as mínimas condições de ser habitada, se recusa a deixar o local, afirmando que é o único local no mundo que lhe pertence, e que caso fosse para um abrigo, não teria para onde ir depois. Ele não apresenta nenhuma perspectiva de ser atendido pelo poder público.
Em decorrência de toda lama existente na cidade, constatamos que um dos itens de maior necessidade no momento são luvas e botas apropriadas para que as pessoas que transitam nos locais atingidos pela enchente, tenham proteção apropriada, evitando assim,as doenças próprias de locais afetados por enchentes. Outro problema identificado é o volume de lixo acumulado por todas as partes da cidade. Lixo este, resultado da destruição. Por outro lado, existe também o lixo de muitas doações que não correspondem as necessitadas das vítimas. Por exemplo; nas doações, constatamos um número bastante significativo de calçados inapropriados a suprir a real necessidade das pessoas que transitam nas ruas enlameadas e sem condições dos moradores se quer procurarem ajuda para resolver os seus problemas.
Diante desta realidade, ao retornarmos para o alojamento, realizamos uma reunião com toda equipe com o intuito de discutir, refletir e encaminhar propostas de atuação para o dia seguinte. Neste norte, decidimos que nossa atuação terá como prioridade as pessoas que estão voltando para suas casas, tentando reconstruir e recuperar sua história de vida, auto-estima, relações sociais e, em especial, seu futuro.
Sou professor da UEPB e estou acompanhando o trabalho de vcs pelo Twitter. Como pernambucano, senti muito pela grande tragédia. Estarei indo para Palmares amanhã ofertar um pouco de ajuda. Precisamos divulgar os materiais de mais necessidade neste momento. Grande abraços a todos.
ResponderExcluirObrigada por acompanhar o trabalho da ASCOM/UEPB, professor! Desejamos que a sua ajuda possa levar mais conforto aos moradores de Palmares.
ResponderExcluirabs