terça-feira, 4 de maio de 2010

Nouvelle Vague e as peripécias de um assessor


Por Juliana Rosas, da ASCOM/UEPB

A expectativa era grande. As perguntas já estavam preparadas. Duas jornalistas da Assessoria de Comunicação da UEPB saem à procura da banda francesa Nouvelle Vague que veio para Recife-PE, no último sábado (01), a fim de entrevistá-los.

A princípio, nós, claro, queríamos curtir o show. A entrevista seria um plus. Como já dito, a expectativa era grande, mas a apreensão também, de não conseguir o contato. Pensávamos no que iriam pensar. Afinal, não tínhamos um crachá de um grande periódico.

Mas fomos à batalha. Primeiro, os seguranças. Um deles disse que banda não falou com ninguém nem iria falar. Cara chato. Ao entrarmos, fomos checar uma local, ‘dar um rolê’. Era imenso. Por onde começar? Avistamos um pessoal num local mais separado, após uma grade. Perguntamos a este outro segurança. Ele chamou a produção. O produtor nos levou ao assessor. Achávamos que ele era o assessor da banda. Assessorava o projeto. Que projeto? Não sei. Provavelmente, de trazer esta banda pra cá.

A primeira banda nem havia começado: a Band Ciné, local. O assessor, Lula Queiroga, disse que eles só chegariam lá pra meia-noite e que o procurasse depois, ele estaria “por ali”. Achamos que ele foi legal. “Olha, nós viemos da Paraíba, somos assessoras lá, da Universidade Estadual, não deu pra falar antes, já que chegamos hoje. Queríamos esta entrevista para um blog cultural...”. Mesmo assim, a volta da impressão: ‘esse cara não tá nem aí para deixar umas assessorazinhas da Paraíba entrevistar a banda...’

Complexo de inferioridade? Nem tanto. Sabemos o nosso valor. Mas não podíamos ser inocentes a ponto de não entender o jogo do mercado, que privilegia os grandes veículos do circuito.

Depois disso, voltamos a curtir a noite, o local, o show de abertura. A Band Ciné toca bem, é bonitinha, tem estilo e bons músicos. Eu, particularmente, conhecia algumas músicas mas não me empolguei tanto. Quiçá porque enquanto eles tocavam, fazíamos outras coisas - sentávamos, olhávamos o local, conversávamos, bebíamos - (água, especialmente!) para agüentar o terrível calor recifense – e não deu para se entrosar tanto no show.

Chega a hora. Olhamos em volta e não vemos o tal do assessor. “E agora?” nos perguntamos. Agora, nada, creio. Agora, nos resta esperar o concerto principal. Enfim, chega Nouvelle Vague, abrindo com a cantora brasileira Karina Zeviani, responsável pela maior interação com a platéia. Porém, sua parceira na turnê pelo Brasil, a bela belga Helena Nogueira não ficava atrás em termos de carisma e talento.

O show, para a jornalista que vos escreve, foi fantástico. Não tenho pretensão de fazer crítica musical, nem tenho tanto conhecimento da banda para tal. O som estava ótimo, a banda prende e cativa. É tudo que posso dizer sem soar falso ou clichê.

Para quem está ainda menos familiarizado com a banda, vou só esclarecer um pouco. Nouvelle Vague é um coletivo musical francês arranjado pelos produtores franceses Marc Collin e Olivier Libaux. O nome deles é um jogo de palavras, referindo-se simultaneamente a sua “francesidade”; ao movimento artístico do cinema francês dos anos 60; à fonte de suas canções (todas são covers de músicas punk e new wave dos anos 80) e ao uso do estilo Bossa nova, também dos anos 60.

Isso já diz muito. A Nouvelle é uma banda sui generis. Via de regra, bandas covers não duram muito. E este estereótipo soa pejorativo. Ela não pretende ser apenas uma ‘banda de cover’. Talvez nem banda seja. Está mais para um projeto que quer se divertir escolhendo canções de outrem e reinterpretando-as a sua particular maneira.

E como disse a cantora belga ao final do show: tudo tem um fim. “A vida, os concertos, Nouvelle Vague”. E o fim foi um êxtase. Karina desce do palco para cantar no meio da platéia. Fiquei surpresa de ela ter saído ilesa, vide a grande adoração. Na volta para o bis, a belga Helena disse que estava encantada com a audiência. Cantou mais uma canção, lindíssima. “Geralmente eu não faço isso, mas deve ser o Brasil”, disse, referindo-se ao bis adicional.

E nós nos vamos. Satisfeitas com o show, e com uma ponta de pena de não termos conseguido a entrevista. Oziella, minha “parceira no crime” (ehehehe) ainda vem dizer que havia visto o tecladista da banda, anteriormente, perto do bar. Ai se soubéssemos que era ele!

C'est tout. Au revoir!

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