Por Luís Antônio Giron, do blog Mente Aberta
O poeta sueco Tomas Tranströmer, centésimo quarto ganhador do Prêmio Nobel de Literatura desde 1901, é um daqueles autores que a Academia Sueca premia para divulgar um conterrâneo desconhecido internacionalmente. O anúncio justifica o laurel a Tranströmer, dizendo que Tranströmer “nos dá um acesso direto à realidade por meio de suas imagens condensadas e translúcidas”. Em outras palavras, ele ganhou o prêmio porque é poeta. Afinal, todo poeta que se preza oferece aos leitores um acesso privilegiado a aspectos desconhecidos da realidade, por meio de suas imagens, sejam condensadas ou não. De qualquer modo, é mais um Nobel concedido a um autor desconhecido no Brasil. Sete de seus 19 livros foram traduzidos para o português. O Nobel dá a deixa para as editoras.
Como informa o site da Fundação Nobel, Trantrömer teve formação em artes e psicologia. Nascido em Estocolmo em 15 de abril de 1931, filho da professora Helmy e do jornalista, Gösta Tranströner. Ele se formou em Artes em 1956. Em seguida, tornou-se assistente no Instituto de Piscometria da Universidade de Estocolmo. Entre 1960 e 1966, ele seguiu a carreira de psicólogo e trabalhou em um hospital psiquiátrico nas proximidades de Linköping. Casou-se em 1958 com Monica Bladh. Trabalhou em 1908 no Instituto do Trabalho de Västeräs e, em 1990, teve um derrame que o deixou quase que totalmente incapaz de falar.
Sua poesia sintética e lírica, que fala da natureza e da música, com ecos do poeta latino Horácio, teve impacto desde o início da carreira. Publicou em 1954 o seu primeiro livro, 17 dikter (17 poemas), obra aclamada como uma das mais importantes da década de 50 na poesia sueca. Entre os livros citados como essenciais na cultura de seu país constam os seguintes: Hemligheter på vägen (Segredos ao longo do caminho, 1958), Den halvfärdiga himlen (O céu semiacabado, 1962) e Klanger och spår (Janelas & Pedras, de 1966).
Tramströmer publicou em 1974 o livro Östersjöar (Uma suíte), com recordações da família e a vida na llha de Runmarö, no arquipélago de Estocolmo. Ali, na infância, ele passou várias temporadas de verão, em companhia de seu avô, que era piloto. É ali que vive atualmente, retirado e avesso à imprensa. Em 1993, Tranströmer publicou outro livro de lembranças, Minnena ser mig (As memórias me veem), sobre seus anos de formação nas décadas de 30 e 40. Também se dedicou à tradução de poemas.
Conhecido pelas metáforas pungentes e o estilo conciso, que remete à poesia metafísica, Tramströmer já foi traduzido para 60 idiomas. No Brasil, não há nenhum livro dele publicado.
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