quarta-feira, 8 de junho de 2011

ArteSesc expõe obras de Nuno Ramos em Campina Grande

Da Assessoria de Imprensa do Sesc/CG


Será realizado até o dia  16 de junho, no hall do Sesc Centro Campina Grande, o projeto ArteSesc, com a exposição do artista plástico Nuno Ramos, intitulada Só Lâmina. A mostra será aberta ao público e escolas públicas e privadas da cidade poderão agendar visitas, nas quais os alunos terão a oportunidade de conferir as obras do artista. As visitações acontecerão pela manhã, tarde e noite.

O intuito do projeto é favorecer a produção artística de qualidade em suas diferentes linguagens, como fotografia, pintura, videoarte, entre outras. Para isso, são apresentadas propostas distintas cujo objetivo é provocar a discussão de questões contemporâneas na produção de arte.


A atitude contemporânea da sua obra foi um dos critérios para seleção do artista plástico Nuno Ramos. Em seus três trabalhos que fazem parte deste acervo (Só Lâmina, criado especialmente para o Sesc, Carolina e Luz Negra) ficam evidentes a grande diversidade de formas, cores, materiais e texturas que compõem a obra do artista.

O ArteSesc favorece a difusão da arte, com programação sistemática e itinerante que atinge diferentes camadas sociais com o compromisso de discutir, produzir e disseminar a arte. Em 2007, tal responsabilidade cresceu: o projeto recebeu do Ministério da Cultura um selo de qualidade.
 
Desde 1981, o projeto vem realizando mostras itinerantes em centros urbanos e cidades do interior, tornando mais conhecidos os acervos de instituições culturais e a produção de artistas provenientes de várias partes do país, ao exibi-los nas unidades do Sesc em diversos estados do país ou, eventualmente, em espaços da comunidade.

O projeto é uma realização do Departamento Nacional em parceria com o Sesc Paraíba. Para agendar, as escolas devem entrar em contato com o setor de cultura do Sesc Centro Campina Grande, através do telefone (83) 3341-5800, ou se dirigir até a unidade, que fica na Rua Giló Guedes, 650, Santo Antônio.


Sobre o artista Nuno Ramos
O artista Nuno Ramos faz parte de uma geração surgida nos anos 80. Formou com um grupo o Ateliê Casa 7, que se tornou uma referência importante do período, em São Paulo. 

Sua pintura logo atraiu a atenção pela dimensão e massa de matéria que utilizava em quadros grandes e pesados. Dimensão e peso ainda são propriedades que caracterizam seus trabalhos – desenhos, esculturas, instalações, que tem em si algo do monumento e do monumental.

Seu trabalho mais emblemático é uma obra inspirada no massacre de presos do Presídio do Carandiru (São Paulo), apresentada na Bienal Brasil Século XX em 1994. No ano seguinte participou da 46ª Bienal de Veneza, e desde então seu trabalho tem sido visto em importantes mostras individuais e coletivas.

Nuno Ramos é um incansável e insaciável metabolizador de formas, materiais e linguagens, e da energia liberada neste processo. Faz parte da sua dinâmica artística este impulso ao mesmo tempo disperso e integrador, reunindo imagens, cores, palavras, sons, para sempre conferir-lhes um significado imprevisto e excitante.


Exposição Só Lâmina
Nuno Ramos mostra nesta exposição três trabalhos seus: Só Lâmina, Luz Negra e Carolina. Cada um deles representa e exemplifica uma dimensão importante e significativa da extensa obra do artista.

Só Lâmina faz parte da intensa pesquisa que Nuno, desde os anos 80, vem desenvolvendo a respeito das possibilidades que existem para a superfície bidimensional da tela. Para ele, não há quase distinção entre pintura e desenho; ambos estão sujeitos mesma dinâmica que mobiliza diferentes formas, materiais, texturas, necessariamente de qualidades e propriedades diversas e contrastantes. O seu volúvel raciocínio plástico é estimulado por oposições, confrontos, antagonismos, tudo que é heterogêneo atrai para si. Daí o aspecto tumultuado e instável de suas obras, sempre provocando e desestabilizando o olhar conformista.

A série de onze desenhos de Só Lâmina, criada especialmente para o SESC, traz encravada a poesia de João Cabral de Melo Neto. Nuno mais uma vez, como já tinha feito com Drummond e Bandeira, reconhece a forte atração que sente pelo literário e o modo como este empolga sua imaginação plástica e aqui utiliza literalmente da faca poética de Uma Faca Só Lâmina, de João Cabral.

Mais recentemente, Nuno tem se apropriado de outro material, já não pertencente à esfera visual mas auditiva: o som, que pode ser música como no caso de Luz Negra, onde de caixas acústicas enterradas no chão sai a voz de Nelson Cavaquinho cantando Juízo Final, ou simplesmente uma sequência de frases faladas e gravadas que sugerem o repertório do que se fala diariamente numa grande cidade; a interminável e bela cacofonia íntima da metrópole que uma ausente Carolina, escuta. Só Lâmina, Luz Negra e Carolina são uma tripla e potente dose da obra de Nuno Ramos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário