quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Chico, o motorista e meu primeiro provedor de galináceos"


Muito querido na UEPB, Chico deixa boas lembranças na história da Instituição (crédito da foto: Paizinha Lemos)

O sujeito é mais ou menos assim: fama de corredor, boa conversa, voz macia e em tom sempre baixo. Agora que não será mais multado posso confessar que nunca senti insegurança com ele ao volante, mesmo na faixa dos 150 a 160km/h.

Cinquenta e poucos anos, às portas da aposentadoria, a história dos bastidores da UEPB em sua memória, dono de sítio, trabalhador incansável, foi o responsável pelo início da minha atividade de criador de galinhas. Deu-me uma preta (ainda viva), uma do pescoço pelado e um galo. A "granja" evoluiu e tomei gosto pela coisa.

Pois bem! Final de tarde... Chico vai saindo do banho, lá no seu sítio em São José da Mata, onde morava e considerava um pequeno paraíso, dois sujeitos aparecem armados, anunciam o assalto que termina com vários tiros e seu corpo inerte estendido no chão.

Assim, sem mais nem menos, com a mulher e sua filhinha de 6 anos em casa.

Lá se foram um montão de sonhos e planos que ele me havia confessado há uma semana em viagem a João Pessoa.

Eis o absurdo da vida nos tempos atuais, valendo assim, mais ou menos uma meia pataca...

Isso parece reforçar a tese de que devemos viver tudo ao mesmo tempo agora, até o limite do possível, pois a vida não espera e cada vez espera menos.

O sonho de morrer velhinho (simpatizo com a idéia da velhice), numa cama limpa, rodeado de carinho e atenção, ou então dormindo impunemente numa rede na varanda já era! Tá ficando cada dia mais distante...

Afinal, quem está seguro?
 
Texto de autoria do professor Antônio Guedes Rangel Junior, pró-reitor de Planejamento da UEPB
(Veja mais textos no blog: rangeljunior.blogspot.com)

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