quinta-feira, 31 de maio de 2012

As preciosidades da Biblioteca Átila Almeida



Por Severino Lopes (jornalista)

Qual o nordestino que não se fascina ao folhear um livro de cordel? Entrar no mundo dos cordelistas é conhecer particularidades de uma das mais ricas regiões do país. Mais que expressão viva de um povo, o cordel remonta aspectos que só o nordestino tem. E o que dizer de algumas obras raras, aquelas que dificilmente se encontram nas livrarias? Verdadeiros tesouros da literatura nordestina podem ser encontrados na biblioteca Átila Almeida, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), que dispõe de um vasto acervo de obras que remetem à vida e a cultura de um povo.

O acervo, que pertenceu a Átila Almeida, um antigo bibliófilo que tinha como prazer ler e colecionar livros, foi ampliado com a aquisição de novas obras. De acordo com a professora Manuela Maia, diretora da Biblioteca Central da UEPB, os novos cordéis foram comprados pela Instituição, com recursos próprios. No total, foram adquiridos 58 títulos e 174 exemplares de cordel, todos de autoria de Medeiros Braga.

Entre os títulos, destaques para “A guerra de pau de colher”, “Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos”, “Zumbi e Palmares”, “Patativa do Assaré: a poesia de protesto”, “O cordel da ecologia”, “Jesuíno Brilhante: o cangaceiro gentil”, “Manoel Lisboa: vida e morte”, “O cordel na Reforma Agrária”, “O boi de carro e o eleitor”, “O cordel da casa de farinha”, “Cordel ao educador Paulo Freire”, entre outros.

Dos cordéis adquiridos, um exemplar de cada título pertencerá à biblioteca, enquanto os outros dois servirão de troca com outras instituições para ampliação do acervo. Segundo a direção da Biblioteca Central, só será feita a permuta com outras instituições de títulos de cordéis que não existem no acervo da Átila Almeida. “Com a permuta, garantiremos outra forma de aquisição, visando a sua expansão”, esclareceu Manuela.

O acervo da Biblioteca Átila Almeida é composto, atualmente, por 17.532 exemplares. A primeira coleção foi doada pelo Governo do Estado à UEPB após comprar o acervo da família do próprio Átila. Posteriormente, a UEPB adquiriu para a Biblioteca uma coleção de autoria do cordelista e xilogravador pernambucano Marcelo Soares e mais 800 obras doadas pelo cordelista Manoel Monteiro, além de material de muitas pessoas e instituições que também contribuíram para o espaço de leitura, doando obras literárias.

O local destinado à leitura é um mundo encantador e precioso em pleno interior nordestino. Inigualável e genuíno, conta com materiais impressos em suportes diferenciados, que retratam tanto a cultura universal quanto as peculiaridades da cultura nordestina. Ao entrar, o visitante já pode passear pelo mundo de centenas de cordelistas, reler notícias do passado que fizeram parte da história da Paraíba e, principalmente, descobrir com profundidade aspectos da cultura nordestina. Nos corredores, os livros velhos empoeirados, de capas amareladas, conservam histórias e conhecimentos.

Funcionando em um espaço todo climatizado, no segundo andar do Prédio da Administração Central da UEPB, em Bodocongó, onde se encontra uma das maiores coleções de cordéis da América Latina, a Átila Almeida conta com mais de 10 mil obras de autores como Manoel Monteiro, Apolônio Alves dos Santos, Expedito Sebastião da Silva, João Ferreira de Lima, Leandro Gomes de Barros, entre outros.

Na Biblioteca, o cordel ganha destaque por sua forma peculiar de retratar o ideário do homem simples do Nordeste acerca de sua cultura e leitura de mundo. Mas o acervo não é só formado de cordéis. Ele dispõe de folhetos, jornais e outras raridades. Somente o acervo de jornal é formado por diversos exemplares compreendidos entre os anos de 1878 e 1971, quando foram publicados leis e decretos sobre a província da Paraíba.

Bibliófilo confesso, historiador e ex-professor da UEPB, Átila Almeida, colecionou 17.560 títulos de obras, muitas de caráter raro, devido ao seu valor histórico e a sua singularidade. Jornais que datam do século XIX, retratando a memória do Estado da Paraíba, e 10.283 títulos de cordéis.

Andar pelo interior da Biblioteca Átila Almeida é descobrir obras em miniatura, publicações raras, literatura estrangeira, dicionários russos, livros cheios de ilustrações, contendo a genialidade de grandes artistas brasileiros, a exemplo de Cândido Portinari (1903-1962) e a famosa Enciclopédia Barsa.

Adquirida pelo Estado em 2003 e, posteriormente, doada à UEPB, a Biblioteca é detentora da maior coleção de cordel da América Latina. Aberta ao público no horário entre 8h e 17h, os visitantes podem ter acesso à Biblioteca Átila Almeida, de forma gratuita, de segunda à sexta-feira.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Melhorias no Campus de Catolé do Rocha

Por Severino Lopes (jornalista)



O tempo da reforma e das conquistas. Desde o ano passado, o Campus IV da Universidade Estadual da Paraíba, localizado em Catolé do Rocha, vem passado por melhorais estruturais que tem dado nova feição a unidade. Graças a sensibilidade da Administração Central, que facilitou todos os canais para a liberação dos recursos, o complexo se transformou em uma espécie de canteiros de obras, com melhorias que deixou o ambiente mais agradável. 

As marcas da mudança estão em todos os lugares e podem ser vistas por todos. Em menos de um ano, várias salas destinadas aos professores receberam nova pintura, baterias de banheiros foram reformadas, tetos antigos e gastos pela ação do tempo foram substituídos por forros modernos e vários espaços foram climatizados. “Estamos realizando várias melhorias e ainda estamos fazendo reformas em vários espaços do Campus”, destacou o professor Alcides Almeida Ferreira, diretor do Campus. 

Para garantir a realização de tantas benfeitorias, a Reitoria da UEPB investiu alto. De acordo com o professor Alcides Almeida, foram vários editais de licitações. Somente para a reforma da Cozinha, do Restaurante Universitário e do Laboratório de Água e Solo que está em curso, foram investidos mais de R$ 260 mil. Uma das obras mais importantes no momento está sendo realizada na cozinha, que teve o teto substituído e as paredes revestidas com um material mais resistente. O piso também ganhou melhorias. Os mesmos serviços estão sendo realizados no RU. 

Conforme explicou o professor, as reformas do Laboratório de Água e Solo estão bastante avançadas. Ele foi todo readequado para receber novos equipamentos, o que garantirá seu melhor funcionamento. As melhorias estruturais no Campus de Catolé do Rocha vão além da cozinha, RU e laboratório. O auditório do Complexo, que tem capacidade para acomodar 300 pessoas sentadas, também ganhou novo aspecto, com pintura, novas instalações elétricas e hidráulicas e climatização. O forro antigo também foi substituído. A direção do Campus também promoveu melhorias em várias baterias de banheiros, na sala dos professores e de todo o bloco do Curso de Letras. 

Outras conquistas também têm marcado os avanços no Campus IV. A frota da Universidade foi totalmente recuperada com a manutenção do micro ônibus, do trator e a aquisição de dois novos veículos. O Complexo de Catolé do Rocha é formado pela Escola Agrotécnica do Cajueiro - fundada em 1980 - e pelos departamentos de Letras, Ciências Agrárias e Pedagogia.

Atualmente, estão matriculados 224 alunos na Escola Técnica, 211 na Licenciatura em Letras, 182 na Licenciatura Plena em Ciências Agrárias e 50 em Pedagogia. Além destes, mais 140 alunos estão matriculados nos cursos a distância de Geografia, Administração Pública e Administração de Empresas. 

O Campus IV da UEPB está inserido numa das regiões onde fica evidenciado que as transformações socioeconômicas ocorridas nos dois últimos decênios não foram suficientes para a erradicação da pobreza absoluta rural e urbana, onde marcadamente os jovens são penalizados, pois se deslocam para os grandes centros sem perspectivas de concluírem seus estudos em curso superior. 

A área da unidade possui 93hectares onde são desenvolvidas atividades práticas em agropecuária, com a criação de caprinos, ovinos e bovinos; salas de aula; laboratório de informática e uma experiência na área agrária preparando jovens de mais de 17 cidades do seu entorno. 


sexta-feira, 25 de maio de 2012

UEPB apóia criação de Instituto Histórico de Campina Grande

Colaboração do professor Ailton Elisiário


No dia 26 de março instalou-se, na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), o Instituto Histórico de Campina Grande – IHCG, que recebe a denominação Casa de Elpídio de Almeida. A iniciativa decorre dos esforços da administradora Maria Ida Steinmuller, do empresário Humberto Almeida, da professora Juciene Apolinário e outras pessoas preocupadas com a preservação da memória da cidade de Campina Grande e conta com apoio da Universidade Estadual da Paraíba. 

A nova instituição não resulta de uma refundação do Instituto Histórico e Geográfico de Campina Grande – IHGCG. Este que, fundado em 1948, pelo Dr. João Tavares, teve vida ativa até 1953 ou 1955, segundo o saudoso escritor Amaury Vasconcelos que, em 1997, tentou a sua reativação com a colaboração da historiadora Lea Agra Amorim, da professora Marisa Braga de Sá e outros. Tanto que do nome foi retirado o termo “Geográfico” e a denominação de Casa de João Tavares substituída por Casa de Elpídio de Almeida. 

Durante pouco mais de 50 anos, o IHGCG estava inativo e o saudoso jornalista William Tejo, um dos seus fundadores, dizia haver sido extraviado o seu pequeno acervo. Maria Ida teve enormes dificuldades em recuperar documentos e levantar informações, constituindo esta reunião de instalação a primeira manifestação pública para a fundação do IHCG. Cuidar-se-á agora da elaboração dos estatutos e formação do quadro de sócios. 

Campina Grande tem uma história rica de feitos políticos e culturais. Seu patrimônio material e imaterial vem sendo formado desde a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo, quando a Paraíba era capitania hereditária e de quando elevada a categoria de vila imperial ascendeu à cidade, até os dias atuais, no limiar do seu sesquicentenário. O IHCG estimulará a pesquisa histórica, contribuindo para a preservação da memória campinense. 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filme sobre Ligas Camponesas exibido em Cannes

Por Severino Lopes (Jornalista)

Trata-se de um clássico do cinema nacional. Um filme na narra uma história comovente, de luta, resistência e medo. Começou a ser rodado em 1964, mas foi interrompido pelo Golpe Militar e só retomou as gravações anos depois. Trata-se do filme “Cabra marcado para morrer”, dirigido pelo cineasta Eduardo Coutinho. O filme foi homenageado na 65ª edição do Festival de Cannes. 

“Cabra marcado para morrer”, que retrata a história das Ligas Camponesas, já foi exibido várias vezes durante o ano nos cursos de Humanas da Universidade Estadual da Paraíba. Somente na disciplina ministrada pelo professor José Benjamim Pereira Filho, o épico foi exibido pelo menos em quatro turmas. 

O filme, que se insere dentro do contexto do Cinema Direto - utilização da entrevista como referência básica - reconstrói a vida do líder camponês João Pedro Teixeira, assassinado em 1962, por ordem dos latifundiários do Nordeste, através dos depoimentos e relatos daqueles que o conheceram. Estreou em 1985 e ganhou vários prêmios em festivais como os de Gramado e Berlim. 

Produzido nos quadros do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE), o filme é interpretado pela viúva do líder camponês, Elizabeth Teixeira, e por participantes do movimento. Começou a ser rodado em 1964, mas o golpe militar interrompeu as filmagens. A família Teixeira se esfacela e Elizabeth entra para a clandestinidade. 

Dezessete anos depois, logo após a vitória do movimento pela anistia, durante o governo do General João Batista de Figueiredo, o diretor retoma o projeto, procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus 10 filhos e parte em busca dos camponeses-atores do primeiro Cabra. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar. É deste modo que o segundo filme toma corpo e é lançado nos cinemas em 1984. 

O Brasil estará presente às diferentes sessões da 65ª edição do evento cinematográfico com 10 obras, entre longas, curtas-metragens e documentários. A diretora do Festival de Cinema do Rio, Ilda Santiago, declarou que a indústria cinematográfica brasileira e latino-americana se fortaleceu durante os últimos anos e conta com produções sobre diversos temas. 


sexta-feira, 11 de maio de 2012

LAC: alternativa para a Saúde de Campina Grande

Por Givaldo Cavalcanti (jornalista)

Oferecer aos alunos do curso de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba a oportunidade de aliar a teoria vivenciada na sala de aula com o exercício prático das atividades e proporcionar à comunidade de Campina Grande um melhor serviço de Saúde. É com esses objetivos que o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) da UEPB trabalha. Somente em 2011, a unidade realizou mais de 15 mil procedimentos e pode fazer ainda mais, já que o local tem estrutura para atingir a marca de 34 mil exames por ano. 

A professora ZilkaNanes Lima, coordenadora do laboratório, espera que quando a população procurar o Serviço Municipal de Saúde se dispunha a ser atendido no local, uma vez que se em determinados laboratórios há certa demora para a realização dos procedimentos, no LAC os procedimentos têm atendido às expectativas. 

“Este é o espaço onde o ensino tem como resultado as pesquisas e ações de extensão, valorizando o conhecimento acadêmico e a facilitação do acesso à população aos serviços laboratoriais. Queremos alcançar o número de atendimentos que dispomos, porque acreditamos que, assim, estaremos cada vez mais servindo à comunidade. Aqui a oferta está sendo maior que a procura. Além dos pacientes pedirem para ser atendidos aqui, eles podem comparecer a partir do dia em que o exame foi marcado, até o final do mês”, destacou Zilka. 

Inaugurado em julho de 1977, na então Fundação Universidade Regional do Nordeste (FURNE), o primeiro local de funcionamento do LAC foi o prédio da maternidade Elpídio de Almeida. Após 12 anos, foi transferido para o prédio do posto de saúde da Bela Vista, onde permaneceu por mais dois anos. Em 1994 foi transferido para o prédio do antigo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Dois anos depois passou a ser chamado de Laboratório de Análises Clínicas Professor Itan Pereira da Silva e, atualmente, está situado no Câmpus I da UEPB, em Bodocongó. 

O LAC realiza os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e proporciona à população exames de hematologia, bioquímica, imunomatologia, microbiologia, parasitologia, uroanálise e microbiologia. Sob a coordenação da professora ZilkaNanes Lima, a unidade recebe semestralmente 50 alunos, divididos entre as disciplinas de Estágio Supervisionado em Análises Clínicas e em Área Específica. Além do corpo docente, o LAC conta com três farmacêuticos, um auxiliar e três técnicos de laboratório, além de três assistentes administrativos. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mudança na habilitação de cursos do Câmpus VII

Há bem pouco tempo, os graduados que saiam com o canudo na mão do Câmpus VII da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) instalado em Patos, tinham dificuldades para explicar a especialidade da área de formação, quando disputavam uma vaga para emprego ou se submetiam a concurso público. Isso, porque no diploma constava que eles eram formados em Ciências Exatas. 

Uma mudança implantada este ano, e já em vigor, na denominação dos cursos de graduação do Câmpus VII irá alterar essa realidade e proporcionar ganhos para os alunos da Instituição, uma vez que, agora, os estudantes estão cursando as habilitações de Licenciatura em Matemática e Física. 

O diretor do Câmpus, professor Odilon Avelino da Cunha, explicou que a mudança vai beneficiar os alunos da Universidade que terão condições de expor de forma clara a sua especialidade e, assim, ampliarem as possibilidades de conquistar espaços no concorrido mercado de trabalho. “É um ganho para todos. A partir de agora, o aluno que concluir o curso vai ser identificado como graduado em Física ou em Matemática”, destacou. 

Em sua primeira turma, 30 alunos estão matriculados no curso de Matemática e mais 30 no curso de Física. O próximo desafio do Câmpus VII é expandir ainda mais o alcance de seus conhecimentos, criando o curso de Química. A proposta é que as vagas do novo curso já sejam introduzidas no Vestibular 2013 da UEPB.