sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cultura no Brejo da Paraíba com "Caminhos do Frio"

Tradição - Terceiro mais antigo do Estado, teatro de Alagoa Grande receberá parte da programação


Da Assessoria do Sebrae/PB

Dentro do calendário das principais atrações turísticas e culturais da Paraíba, o ‘Caminhos do Frio - Rota Cultural’ chega à 5ª edição em 2011. Com data definida para início em 18 de julho na cidade de Areia, o circuito passará  cada semana por um das seis cidades do Brejo participantes com programações que incluem passeios, oficinas, shows e apresentações movimentando os municípios. A Rota 2011 fechará a grade de atrações no dia 28 de agosto em Alagoa Grande.

Sem programação completa definida, o Sebrae na Paraíba, parceiro do ‘Caminhos do Frio’, anunciou inicialmente as datas que cada cidade receberá o evento. Para abrir o circuito, a cidade de Areia recebe de 18 a 24 de julho a Rota 2011, seguida por Bananeiras, 25 a 31 de julho. O terceiro município será Serraria, de primeiro a sete de agosto; o quarto Pilões, de oito a 14 de agosto, seguido por Alagoa Nova, 15 a 21 de agosto. O ‘Caminhos do Frio’ encerra a programação 2011 na cidade de Alagoa Grande, de 22 a 28 de agosto.

Localizado na mesorregião do Agreste Paraibano, o Brejo está dividido em oito municípios. Com suas cidades situadas na serra os termômetros nos meses de inverno chegam a marcar 12 graus, transformando os cenários que esbanjam beleza natural em imagens marcantes para quem visita. A região também é reconhecida por suas riquezas culturais, cidades tombadas pelo patrimônio histórico, produção de cachaça artesanal e uma gastronomia local que dá água na boca.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Kahn, Kadafi, gênero, violência e poder


Por Juliana Rosas, da ASCOM/UEPB

Não sou fã do status quo que apresenta o noticioso global Jornal Nacional, porém, a edição da última sexta-feira (01) me surpreendeu ao exibir uma reportagem sobre violência doméstica após a matéria sobre a reviravolta no caso do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês Dominique Strauss-Kahn.

Strauss-Kahn foi detido em 14 de maio deste ano, em Nova York, EUA, sob acusação de agressão sexual a uma camareira em um hotel local. Submetido à prisão domiciliar e estrita vigilância, ele foi colocado em liberdade na última sexta-feira (01), após declaração da justiça estadunidense de que a acusadora havia “mentido deliberadamente” ao tribunal, pondo em risco sua credibilidade.

O tom da notícia, que registrava fortes acusações à camareira (suposta vítima), deixava margem agora para uma virada de opiniões e tomadas de partido. A, a princípio, frágil, camareira, mulher, em situação desigual, não poderia estar mentindo e era, de fato, uma vítima. Era a opinião dominante até então. Mas com as acusações de que seus depoimentos eram contraditórios, que ela havia ligado para um traficante logo após o suposto crime e também de agora sabermos que ela é uma imigrante nos EUA que teria mentido durante o processo de estadia, tendemos a mudar de pensamento.

Os machistas ou desconfiados de plantão deveriam estar pensando (e transcrevo aqui uma versão educada do que muitos realmente diriam) “eu sabia, essa vadia, só queria se aproveitar, mulher é assim mesmo...”.

Eu, como cidadã totalmente antimachista e preocupada com os valores humanos, pensei “Já era. Verdade ou não, agora todas as opiniões se voltam contra a suposta vítima e devem estar pensando ‘essa vadia mentirosa... ’.”

Para minha surpresa, uma reportagem sobre violência doméstica veio logo em seguida. E desta vez, não deixava margem para a defesa do machismo (pelo menos não em uma mente sadia). Até o apresentador William Bonner começou a cabeça da matéria num tom denunciador contra a violência: “Hoje, no estado de São Paulo, quase acabou em tragédia uma história de violência silenciosa. Um caso daqueles em que a mulher agredida reluta em pedir ajuda ou não denuncia o agressor.” A matéria mostrava uma mulher que tinha sido espancada brutalmente e mantida presa em sua casa pelo ex-marido, tendo quase sido morta e salva pela ação de policiais.

O agressor não admitia a separação e já a tinha violentado anteriormente. Ela havia prestado queixa, mas resolveu não seguir com o processo. A reportagem atentava para o fato de que as mulheres não deveriam fazer isso, que esse tipo de atitude empodera o agressor e fragiliza a vítima, abrindo margem para novas agressões, como foi o caso mostrado.

Nós, pessoas comuns, podemos não perceber, mas fazendo um esforço não é difícil notar as evidências da dominação masculina no mundo. Até nas menores coisas, mesmo nas sutilezas. São séculos de dominação que ainda persistem e que, infelizmente, não desaparecerão de uma hora para a outra. No entanto, devemos prestar atenção para que não deixemos nossos anseios primitivos falarem antes de saber a verdade. O cotidiano privado e também o midiático estão cheios de crimes de gênero e atrocidades que ainda se cometem contra as mulheres.

O ditador líbio Muamar Kadafi está sendo acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por usar o estupro como arma de guerra. A possibilidade dos militares terem recebido medicamentos como Viagra para aumentar a libido durante o combate, como parte de uma política oficial de estupros, está sendo investigada.

“Tivemos dúvidas no início, mas agora estamos mais convencidos de que Kadafi decidiu castigar mulheres mediante estupros”, afirmou o procurador do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo. “É algo terrível, além dos limites, eu diria”, enfatizou o jurista numa matéria publicada no Portal Terra (08/06/2011).

Esse fato, entre tantos outros de violência, castigos, crimes, etc., contra as mulheres é execrável. Por que não nos inflamos a ouvir tal notícia? Por que não temos o mesmo desejo de justiça? Por que não ouvimos tais casos serem levados a tribunais, como no caso Strauss-Kahn?

Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, que inclusive é autor de um livro chamado “A dominação masculina”, esta se mantém não só pela preservação de mecanismos sociais, mas pela absorção involuntária, por parte das mulheres, de um discurso conciliador. Os pensamentos do sociólogo são sofisticados. Claro que esse essas ações são recobertas pelo fino véu do cotidiano, por discursos escamoteados, por ações dúbias. Em casos como a falta de respeito às mulheres em alguns países do Oriente Médio, é simplesmente uma estupidez de países ainda sem democracia, ou seja, que não respeitam seus habitantes como indivíduos, como iguais e muitas vezes nem como seres humanos. Não conseguiram a laicidade do Estado, mascarando práticas horrendas sob uma má interpretação da religião. Utilizando-se do discurso religioso para manipular as massas e justificar seu poder.

Em tempo
Testes forenses haviam confirmado o encontro sexual entre o ex-diretor do FMI e a autora da acusação. Favorito nas pesquisas presidenciais francesas de 2012, Strauss-Kahn continua respondendo por sete acusações baseadas em tentativa de estupro e violência sexual, passíveis de até 74 anos de prisão. Sua próxima audiência está prevista para o dia 18 de julho.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

"Descobri, na internet, que sou odiado", diz Chico Buarque

Da Ascom UEPB com informações da Folha de São Paulo

Chico Buarque está lançando um novo disco, denominado "Chico". O álbum é vendido num site para o qual as pessoas podem escrever o que quiserem e por meio dele o artista fez uma grave constatação. "Eu achava que era amado, porque as pessoas iam ao show, me aplaudiam, e, na rua, me cumprimentavam", ele disse. "Descobri, na internet, que sou odiado. As pessoas falam o que lhes vem à cabeça. Agora entendi as regras do jogo", afirmou.
De acordo com o jornalista Ruy Castro, da Folha de São Paulo, Chico Buarque, possivelmente, nunca foi a unanimidade que se pensava - ao lado das multidões que lhe são gratas pela beleza que espalha em letra e música há quase 50 anos, sempre devem ter existido os inconformados com seu sucesso e com seu talento.
"A diferença é que os que não gostavam dele não se dariam ao trabalho de ir a seus shows para hostilizá-lo e, se passassem por ele na rua, não se disporiam a desfeiteá-lo. A vida real tem seus códigos de convívio, nela, para melhor andamento dos trabalhos, somos mais tolerantes e evitamos dizer o que pensamos uns dos outros. Mas a internet está fora desses códigos", explicou Ruy.
Para Ruy, ao sermos convidados a "interagir" e a "postar" nossos comentários, podemos despejar tudo que pensamos contra ou a favor de quem quer que seja. Quase sempre, contra. Uma sequência de comentários -que, em poucas horas, são milhares- a respeito de qualquer coisa nas páginas on-line é uma saraivada de ódios, despeitos, rancores, recalques e ressentimentos. E, não raro, num português de quinta. 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sesc prossegue com inscrições de vídeos para a III Semana Curta Campina

Da Assessoria de Imprensa do Sesc/Centro-CG

O Sesc Paraíba está com inscrições abertas para diretores que queiram participar da Semana Curta Campina, que chega à terceira edição em 2011. O evento, que acontece entre 08 e 13 de agosto, em Campina Grande, consiste em exibições e debates de curtas-metragens produzidos na cidade e região circunvizinha. As inscrições dos vídeos e filmes estão abertas até o dia 31 de julho.

A Semana Curta Campina é uma mostra de cinema que surgiu em 2009 e tem o objetivo de incentivar a produção cinematográfica local, proporcionando um espaço de exibição e discussão dos curtas-metragens. No ano passado, mais de quinze diretores tiveram suas obras selecionadas para integrar a programação da mostra.

Este ano, a expectativa é de que o número de vídeos e filmes exibidos e de público supere as edições anteriores, devido ao crescente interesse da população em acompanhar a produção cinematográfica local, que está a cada ano se intensificando. Toda essa efervescência esbarra no problema da ausência de locais  disponíveis, e através da mostra, o Sesc abre espaço e visibilidade às produções. Para isso, público, atores, diretores, críticos e quaisquer interessados pela sétima arte são convidados a participarem do evento, acompanhar a programação e discutir a respeito das produções.

Os diretores interessados em inscrever seu material devem comparecer ao setor de cultura do Sesc Centro Campina Grande com uma cópia do filme em DVD e um CD ou DVD com todos os dados referentes à sua obra (ficha técnica, sinopse, release da obra e do diretor e imagens, além do material gráfico do filme, como banners, folders e flyers).

A Semana Curta Campina é uma realização do Sesc Paraíba. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (83) 3341-5800, pelo e-mail culturasesccg@gmail.com, ou ainda na unidade do Sesc Centro em Campina Grande, que fica na Rua Giló Guedes, 650, Santo Antônio.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Dostoiévski: Gente Pobre, de 1846, é relançado com nova tradução

Por Christiane Marcondes, do Portal Vermelho

Um funcionário público de meia-idade e uma jovem costureira iniciam uma correspondência quase diária, intensa, urgente. O resultado, longe de ser uma saga romântica, é um livro de crítica social que inaugura a extensa e admirável obra de Fiódor Dostoiévski. “Gente Pobre” foi publicado originalmente em 1846 e retrata com todas as tintas o cotidiano dos miseráveis moradores de São Petersburgo, inapelavelmente submetidos à humilhação dos burocratas, das dívidas e seus cobradores, dos agiotas e dos próprios pares. 

Não há salvação, isso fica claro desde o início, no entanto, na desolação próxima do patético que o casal compartilha, surge uma cumplicidade libertadora, com espaço para a revelação de sonhos e pequenos afetos. Os dois se amparam, não vencem a pobreza e a distância, mas superam o sarcasmo e a desesperança que rondava aqueles tempos sombrios.

Dostoiévski compõe assim, com apenas 25 anos, um protagonista tão consciente do seu estado de penúria que chega a sentir compaixão dos próprios pensamentos: Makar Aleksieievitch não fica devendo nada à galeria dos ilustres personagens que, num futuro breve, saltariam da imaginação do autor para as páginas de clássicos da literatura universal, como “Os irmãos Karamazov”, considerado pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, a “maior obra da história”.

O influente crítico da época, Vassilión Bielínski, saúda o estreante nas letras russas como um novo Gógol ou um novo Pushkin, ao mesmo tempo, questiona a maturidade do escritor que consegue, apesar da pouca idade, elaborar um enredo tão denso: “Você compreende o que escreveu? Consegue abarcar (...) toda a terrível verdade que nos mostra? “ 

O crítico responde à própria pergunta e conclui que sim, que Dostoievski já conhecia a “verdade, revelada por seu dom artístico”. Pede: “Você veio ao mundo com esse talento, valorize-o devidamente, seja-lhe fiel e será um grande autor”.

Luís Avelima traduziu o livro, lançado em maio pela editora Letra Selvagem, diretamente do russo e dedicou-se ao trabalho com um prazer diletante. Conta que “chegou às lágrimas” ao se identificar com alguns personagens em cenas que lhe são familiares, cenas que, pontua o poeta e tradutor, são atualíssimas, podem ser presenciadas entre a população mais pobre de qualquer parte do planeta. 

Avelima consegue manter intactas as emoções que o livro carrega, revivendo-as com um texto contundente e ao mesmo tempo generoso. A humanidade dos enamorados é ressaltada, bem como as dores que afligem a alma de quem não pode contar com o destino de sortes felizes muito menos com os semelhantes. São seres que não se rebelam contra o infortúnio, mas sobrevivem alimentados com uma coragem que pode crescer ao ponto de, um dia quem sabe, tornar-se forte o bastante para revolucionar o mundo.


Mais!
"Gente Pobre"
Autor: Fiódor Dostoiévski
Tradução: Luís Avelima
Editora: Letra Selvagem, 2011

sábado, 2 de julho de 2011

Reitora da UEPB emite nota de esclarecimento acerca do processo eleitoral do CCT


O Filósofo Paul Ricoeur anuncia que “nenhuma letra tem significação isolada, senão numa palavra; Nenhuma palavra tem alguma significação, senão numa frase; Nenhuma frase ganha significação mais completa, senão num texto; E todo texto é prenhe de novos sentidos em cada novo contexto”.

Para que servem as palavras, afinal? No mínimo para comunicar, traduzir ideias, conceitos, opiniões. Palavras são carregadas de sentidos, podem ser carregadas de verdades e também eivadas de mentiras.

Palavras servem para retratar a história e também podem servir para negá-la, ou ao menos negá-la da forma com que alguns, autodenominados detentores da verdade tentam impor em certos momentos. Negar a história pode ser também uma forma de conta-la sob a ótica de quem a conta e a serviço de seus interesses.

Os interesses de quem se pretende portador de poder podem ser desviados, encobertos, para que a sua versão de fatos históricos seja apresentada como fiel, portadora de verdade. Assim, quem almeja cegamente o poder pode, literalmente, passar por cima dos fatos, criar, reproduzir e repetir suas mentiras visando dar-lhes o critério de verdade, sem ligação com a prática, com a vida real. Desta forma, incautos poderão ser iludidos, bem intencionados podem ser levados à repetição da mentira como se verdade fosse.

Estas considerações servem de preâmbulo a um conjunto de considerações que passamos a tecer visando restaurar a verdade dos fatos e esclarecer a opinião pública acerca de recente processo eleitoral realizado no Centro de Ciências e Tecnologia – CCT da UEPB, câmpus I, Campina Grande.

O processo de consulta à comunidade do CCT para eleição de Diretoria, Chefias de Departamentos e Coordenações de Cursos aconteceu sem nenhuma irregularidade, como atesta o primeiro “relatório final” da Comissão Eleitoral, responsável pela condução do mesmo.

Conforme o citado relatório final, assinado pela Presidente da Comissão Eleitoral e entregue sob protocolo em 03/06/2011, às 21:10h, a única “anormalidade” observada foi o que segue descrito ipsis litteris:

“O mesário Carlos Alan relatou que o voto da funcionária Kliandra de Almeida Galdino está sob júdice (sic). O mesmo foi entregue a presidente da Comissão Eleitoral o qual foi lacrado diante de delegados e membros da mencionada Comissão.

No dia seguinte, a mencionada funcionária solicitou a destruição do voto e do material nele contido. Procedeu-se com a solicitação, diante da solicitante e doutros”.

Depreende-se indubitavelmente, deste “relatório final”, que não houve nenhuma contestação ao processo eleitoral em si e que a única “anormalidade” verificada foi devidamente sanada com a eliminação do voto de uma servidora, como está acima descrito.

O relatório foi entregue no dia 03/06, às 21:10h, dois dias depois de encerrada a votação, apuração e proclamação dos eleitos. Na segunda-feira seguinte, dia 06/06/2011, de posse do “relatório final” a Reitora determinou à Pró-Reitoria de Recursos Humanos as providências cabíveis para nomeação dos eleitos, vez que os mandatos anteriores se haviam exaurido.

Derrotada nas urnas, uma das chapas para a Direção do Centro propõe à Comissão Eleitoral que julgue uma suposta irregularidade do voto de uma outra eleitora, devidamente registrada e legalmente habilitada a votar no âmbito do Centro, Departamento e Curso de Matemática – sem, contudo, este voto, no momento adequado, que seria o da votação, ter sido objeto de pedido de impugnação. Sem se prender às provas cabalmente apresentadas sobre a legalidade e o direito da eleitora, servidora lotada no CCT, a Comissão resolveu mudar o resultado da eleição – apenas para a direção – sem ouvir a outra parte interessada e sem dar a devida atenção ao parecer da Procuradoria Geral.

No dia 06/06/2011, havendo recebido requerimento da chapa derrotada no processo eleitoral, pedindo ao Conselho de Centro – COC-CCT a anulação de todos os votos do segmento técnico-administrativo, o Presidente do COC, sendo parte interessada, Diretor do CCT, encaminhou à Procuradoria Geral da UEPB o processo para apreciação parecer e orientação.

O Procurador Geral da UEPB emitiu parecer, no dia 07/06/2011, identificando e registrando a evidente fragilidade do pedido e dos argumentos apresentados, orientando tanto ao Presidente do COC quanto à Comissão Eleitoral sobre os procedimentos a serem adotados, no sentido de manter o resultado originalmente publicado no primeiro “relatório final”, respeitando o resultado das urnas e a legalidade do processo eleitoral.

Conforme a Procuradoria Geral, com base nos documentos probantes e relatos apresentados, não houve ilícito, irregularidade nem quaisquer vícios no processo e o resultado deveria ser mantido. Encerra o parecer da Procuradoria: “As denúncias revelam-se improcedentes e, em consequência, o resultado deve ser mantido em sua integralidade”.

A Comissão Eleitoral – ao menos a parte dela que se reuniu – fez vista grossa ao parecer e orientação da Procuradoria Geral e, agindo nitidamente de forma parcial, decidiu e comunicou no processo, sem a assinatura da Presidente, que não acataria o parecer e que manteria a segunda decisão. Ou seja, mudaria o resultado antes anunciado de Vitória da Chapa 1 e acataria o pedido de anulação de todos os votos de um segmento inteiro – os técnico-administrativos – o que daria a vitória para a Chapa 2. Tudo isto feito sem o respeito ao direito de defesa da outra parte envolvida, ao contraditório, desprezando regra basilar do direito.

Ainda mais: a mesma estranha anulação integral dos votos do segmento técnico-administrativo atingiria tão somente a disputa para Direção do Centro, não se estendendo à votação para Chefia do Departamento e Coordenação de Curso, onde os supostos votos irregulares foram depositados e validados. Decisão torta, eivada de vício e, acrescente-se, notória parcialidade.

Extrapolando suas competências e responsabilidades políticas, a Comissão Eleitoral distribuiu em listas de email e fez publicar na web, “nota de repúdio”, encabeçada pela sua ex-presidente, seguida por outros membros e, pasmem, vários candidatos derrotados nas eleições. A mencionada Nota falseia informações, faz ilações, ataca, agride, calunia e, de forma mais infeliz ainda, sem o mínimo pudor, busca macular a imagem da Reitora da UEPB.

Exatamente por ter na sua presidência um candidato a Diretor e vários membros em disputa no CCT, o Conselho de Centro não seria o órgão adequado a se pronunciar sobre o tema. Agindo correta e eticamente, o Diretor enviou o processo com o caso em tela para a Procuradoria Geral solicitando pronunciamento formal. Lamentavelmente, a mesma Comissão Eleitoral, em imperfeita simbiose política com os membros de uma determinada chapa concorrente às eleições, assina panfleto difamatório contra uma gestão inteira e de forma irresponsável faz divulgar amplamente suas opiniões, distorcendo fatos, visando construir verdades a partir das palavras e não dos fatos.

Esta administração da Universidade Estadual da Paraíba, eleita em 2004 e reeleita em 2008, com o referendo de qualificada maioria dos membros da comunidade universitária não aceitará que pessoas comprometidas unicamente com seus planos de poder tentem enodoar a sua trajetória de êxitos nem, muito menos, permitir que portadores de verdades forjadas, ao sabor de suas vontades comprometam um trabalho reconhecidamente pautado pela lisura, transparência e compromisso com a qualidade social, a ética e a preservação dos princípios constitucionais que regem a coisa pública.

A responsabilidade institucional é de todos. Porém, sabedores de nossos compromissos, temos sido os principais guardiões da legalidade institucional, ao lado do Conselho Universitário da UEPB. Assim temos agido neste período à frente dos seus destinos. Nossa luta cotidiana é para dotar esta Universidade de uma condição superior, em todos os sentidos, para além das vicissitudes e idiossincrasias pessoais ou querelas de grupos.

Se ainda não atingimos o patamar ideal do ponto de vista científico, acadêmico e cultural, trabalhamos arduamente para atingir tal intento, sabendo que esta é uma tarefa permanente e que as mudanças de mais profundidade somente acontecem paulatinamente.

Todavia, a mudança cultural de mentalidade, de adoção de condutas compatíveis com o exercício da função pública, do respeito às regras emanadas das leis e dos princípios que devem reger a ação humana em sociedade, visando sua transformação, esta sim, tem sido nossa principal forma de aprender e ensinar: pelo exemplo!

Que a verdade dos fatos prevaleça e os juízos de valor sejam pautados por eles, os fatos, e não pelas paixões individuais e a manipulação grosseira perpetrada por grupos políticos.


Marlene Alves Sousa Luna
Reitora da UEPB

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Comunicadoras da Paraíba terão seu 1º encontro no próximo dia 09 de julho

Da assessoria do evento
As coordenações de Gênero e de Comunicação da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Estado da Paraíba (ABRAÇO-PB), comandadas por Mabel Dias e Fabiana Veloso, respectivamente, estão ultimando os preparativos para o I Encontro de comunicadoras comunitárias e seminário para jornalistas, com o tema “Mulher, democratização da comunicação e controle social na Paraíba”. O evento vai ocorrer no próximo dia 09 de julho, no auditório da PBTur, na praia de Tambaú, em João Pessoa.

O Encontro representa um espaço de discussão das novas tecnologias sociais, assim como um momento especial de fomento para a difusão de novos conhecimentos, visando o desenvolvimento social e comunitário através dos meios de comunicação e do fazer jornalístico. O evento ocorre em parceria com a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Secretaria de Comunicação da Paraíba e Chefia de Gabinete da Prefeitura de João Pessoa.

Entre as palestrantes estão a jornalista Silvana Torquato, a escritora Sandra Raquew, radialista Denise Viola, professora Ana Veloso, jornalista Bia Barbosa, professora Glória Rabay, jornalista Janaíne Aires, Wanessa Veloso e a deputada federal Luiza Erundina, da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, coordenadora da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação.

O Encontro marcará o lançamento do livro “Mulheres em pauta – gênero e violência na agenda midiática”, de Sandra Raquew.

Inscrições pelo e-mail: abracoparaiba@gmail.com