Por Giuliana
Rodrigues (jornalista)
Há quase 40 anos ele integra a Universidade
Estadual da Paraíba (UPEB). Fez parte da URNe, FURNe, foi um dos fundadores do
Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) em Campina Grande e professor
de grande parte dos atuais docentes da UEPB. Já foi coordenador de curso, chefe
de departamento e militante político em diversos momentos de crise – e de
calmaria – da Instituição.
Nesta segunda-feira, 30 de junho, ele fez
aniversário – completou 70 anos – e recebeu de dezenas de amigos (professores,
alunos e servidores) uma “singela homenagem”, mas não apenas pela data
natalícia. Devido à aposentadoria compulsória, mesmo mantendo conhecimento,
disposição e sanidade física e mental, o professor Roberto Haroldo Pimentel,
integrante do Departamento de Matemática da UEPB, encerrará suas atividades
acadêmicas na Instituição.
Assim, a oportunidade de homenageá-lo e
expressar o quanto ele é importante para a UEPB e para todos que com ele convivem
não passou em branco e a manhã ensolarada no pátio do Bloco C do CCT, sua
segunda casa, foi coberta de emoção, sorrisos de gratidão e - porque não? - felicidade.
Afinal, foram 38 anos de conquistas, amor, doação, reconhecimentos e recordações
felizes. Uma história assim merece, sim, ser celebrada!
Comprometimento
singular
“Quando eu ingressei na UEPB como docente,
há 12 anos, ele foi o meu Diretor de Centro. Recepcionou-me e demonstrou
naquele momento um comprometimento sem igual com a coisa pública e respeito aos
profissionais que chegavam para somar na Instituição”, disse o professor Juracy
Regis de Lucena Junior, atual diretor do CCT. “Além disso, é um colega sempre
amigo de todos, com simpatia que contagia técnicos, professores e estudantes de
todo o CCT. Ele é a marca do nosso Centro”, completou.
A admiração de Juracy é compartilhada com
outros tantos colegas, a exemplo do professor de Física, Edvaldo Mará, Diretor
Adjunto do CCT. “É importante homenageá-lo pela contribuição que ele prestou ao
Departamento e ao CCT. Inclusive ela é justa e merecedora neste momento, com
ele presente e por sua contribuição em sala de aula e administrativamente”,
destacou.
Após receber uma placa simbólica, o
professor Haroldo ouviu relatos emocionados de diversos amigos, como o
professor Vandemberg (Matemática): “É uma pessoa tranquila no que se refere ao
convívio com os colegas e sempre desejou um CCT forte e unido”. E, ainda, do
professor Marcelo Germano (Física): “Esta homenagem mostra que o CCT não é um
lugar só de cálculos e coisas exatas e frias. Haroldo nos mostrou que é
possível equilibrar as relações políticas e pessoais, driblar as crises e
conviver com as diferenças”, salientou.
“Toda vez que eu encontro Haroldo eu sinto
paz. Ele sempre conseguiu tentar resolver os problemas com tranquilidade, mesmo
em meio às maiores crises e participações nas lutas”, disse Moisés Barbalho,
servidor e secretário de Centro.
Trabalho,
família, aconchego, calmaria...
Natural de Campina Grande, pai de sete
filhos (a mais nova com apenas cinco anos) e casado há 12 com a professora
Edilane Laranjeira, chefe do Departamento de Química, Haroldo Pimentel
encontrou no CCT não apenas realização profissional, mas familiar. A princípio
porque, nas palavras dele, “sempre tive todos meus colegas do CCT como irmãos,
porque o trabalho é sim uma família e esta é a célula mais importante”. Em
segundo lugar, porque foi justamente no dia a dia laboral, em meados de 1995, que
ele “descobriu” a colega de docência que viria a ser sua esposa.
Dela vieram as palavras mais emocionadas:
“Haroldo transmite paciência, calmaria, discernimento. Certamente ele não
queria sair agora. Tem pique, é jovial, equilibrado, ensina muito, sabe escutar
o suficiente até tomar uma decisão. O CCT tem a cara dele. É o lugar que ele
chama de ‘família tecnológica’. Eu aprendi muito com ele, em questões
administrativas e familiares”, ressaltou.
E com tantos relatos e flagras de lágrimas
que relutavam em se deixar cair, não é difícil acreditar na paixão e na doação
deste professor. O próprio Haroldo Pimentel confirma: “minha convivência no CCT
foi de reconhecer valores. Enquanto muitos saíram para fazer Mestrado e
Doutorado eu ficava tomando conta da ‘casa’, mas me orgulho disso, porque
fiquei para que meus ‘filhos’ fossem qualificados. Foi bom vê-los de volta”.
Ah, e sobre a famosa calmaria, ele tem uma resposta: “deixe certos problemas de
lado, que tudo se resolve”.
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