segunda-feira, 30 de junho de 2014

Professor Roberto Haroldo Pimentel: 38 anos dedicados à Educação



Por Giuliana Rodrigues (jornalista)

Há quase 40 anos ele integra a Universidade Estadual da Paraíba (UPEB). Fez parte da URNe, FURNe, foi um dos fundadores do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) em Campina Grande e professor de grande parte dos atuais docentes da UEPB. Já foi coordenador de curso, chefe de departamento e militante político em diversos momentos de crise – e de calmaria – da Instituição.

Nesta segunda-feira, 30 de junho, ele fez aniversário – completou 70 anos – e recebeu de dezenas de amigos (professores, alunos e servidores) uma “singela homenagem”, mas não apenas pela data natalícia. Devido à aposentadoria compulsória, mesmo mantendo conhecimento, disposição e sanidade física e mental, o professor Roberto Haroldo Pimentel, integrante do Departamento de Matemática da UEPB, encerrará suas atividades acadêmicas na Instituição.

Assim, a oportunidade de homenageá-lo e expressar o quanto ele é importante para a UEPB e para todos que com ele convivem não passou em branco e a manhã ensolarada no pátio do Bloco C do CCT, sua segunda casa, foi coberta de emoção, sorrisos de gratidão e - porque não? - felicidade. Afinal, foram 38 anos de conquistas, amor, doação, reconhecimentos e recordações felizes. Uma história assim merece, sim, ser celebrada!

Comprometimento singular

“Quando eu ingressei na UEPB como docente, há 12 anos, ele foi o meu Diretor de Centro. Recepcionou-me e demonstrou naquele momento um comprometimento sem igual com a coisa pública e respeito aos profissionais que chegavam para somar na Instituição”, disse o professor Juracy Regis de Lucena Junior, atual diretor do CCT. “Além disso, é um colega sempre amigo de todos, com simpatia que contagia técnicos, professores e estudantes de todo o CCT. Ele é a marca do nosso Centro”, completou.

A admiração de Juracy é compartilhada com outros tantos colegas, a exemplo do professor de Física, Edvaldo Mará, Diretor Adjunto do CCT. “É importante homenageá-lo pela contribuição que ele prestou ao Departamento e ao CCT. Inclusive ela é justa e merecedora neste momento, com ele presente e por sua contribuição em sala de aula e administrativamente”, destacou.

Após receber uma placa simbólica, o professor Haroldo ouviu relatos emocionados de diversos amigos, como o professor Vandemberg (Matemática): “É uma pessoa tranquila no que se refere ao convívio com os colegas e sempre desejou um CCT forte e unido”. E, ainda, do professor Marcelo Germano (Física): “Esta homenagem mostra que o CCT não é um lugar só de cálculos e coisas exatas e frias. Haroldo nos mostrou que é possível equilibrar as relações políticas e pessoais, driblar as crises e conviver com as diferenças”, salientou.

“Toda vez que eu encontro Haroldo eu sinto paz. Ele sempre conseguiu tentar resolver os problemas com tranquilidade, mesmo em meio às maiores crises e participações nas lutas”, disse Moisés Barbalho, servidor e secretário de Centro.

Trabalho, família, aconchego, calmaria...

Natural de Campina Grande, pai de sete filhos (a mais nova com apenas cinco anos) e casado há 12 com a professora Edilane Laranjeira, chefe do Departamento de Química, Haroldo Pimentel encontrou no CCT não apenas realização profissional, mas familiar. A princípio porque, nas palavras dele, “sempre tive todos meus colegas do CCT como irmãos, porque o trabalho é sim uma família e esta é a célula mais importante”. Em segundo lugar, porque foi justamente no dia a dia laboral, em meados de 1995, que ele “descobriu” a colega de docência que viria a ser sua esposa.

Dela vieram as palavras mais emocionadas: “Haroldo transmite paciência, calmaria, discernimento. Certamente ele não queria sair agora. Tem pique, é jovial, equilibrado, ensina muito, sabe escutar o suficiente até tomar uma decisão. O CCT tem a cara dele. É o lugar que ele chama de ‘família tecnológica’. Eu aprendi muito com ele, em questões administrativas e familiares”, ressaltou.

E com tantos relatos e flagras de lágrimas que relutavam em se deixar cair, não é difícil acreditar na paixão e na doação deste professor. O próprio Haroldo Pimentel confirma: “minha convivência no CCT foi de reconhecer valores. Enquanto muitos saíram para fazer Mestrado e Doutorado eu ficava tomando conta da ‘casa’, mas me orgulho disso, porque fiquei para que meus ‘filhos’ fossem qualificados. Foi bom vê-los de volta”. Ah, e sobre a famosa calmaria, ele tem uma resposta: “deixe certos problemas de lado, que tudo se resolve”.

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