Por Juliana Marques (Comunicóloga)
Onde encontrar a beleza? Para o psiquiatra Augusto Cury “A beleza está nos olhos de quem vê”. No cenário socioeconômico e cultural da atualidade, somos condicionados a achar bonito aquilo que o mundo nos apresenta dessa forma. O belo é tido como algo luxuoso, caro, padrões inalcançáveis na sociedade em que vivemos. O próprio significado da palavra, determinada pelos dicionários é de algo soberbo, majestoso, o oposto ao termo “modesto”. Mas, por outro lado, há controvérsias quanto ao verdadeiro sentido e lugar onde se encontra o que é belo. Alguns tentam criar uma teoria de que belo é o que encanta, provoca admiração, mas, será que a beleza e o encanto que ela provoca também não podem estar presentes na simplicidade?
Ao seguirmos a nossa vida, rodeada de rotinas, cronometrada em cada milésimo de segundo, deixamos passar por nós uma infinidade de oportunidades de apreciar o belo, que se apresenta nos mais variados e inusitados lugares e situações. Foi numa simples aula de campo realizada no terreno utilizado como estacionamento do Campus V da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em João Pessoa, que o professor Cleber Salimon e seus alunos do componente curricular “Ecologia das Populações”, que compõe o curso de Ciências Biológicas, puderam provar que realmente “a beleza está nos olhos de quem vê”.
Após fotografar as várias flores e folhas presentes no local, o grupo se surpreendeu com o resultado
captado pelas lentes da câmera, lindas espécies que pareciam oriundas do mais belo jardim, mas, que, no entanto, estavam ali, perto do local onde muitos transitam todos os dias sem percebê-las. Dentre
as espécies fotografadas estavam plantas da família das mimosaceaes, fabaceaes,
asteraceaes, verbenaceaes, nyctaginaceaes, entre outras.
“A opção de fazer a aula prática neste terreno do campus V foi meramente pelo fato de encontrarmos dificuldade em conseguir transporte para deslocar os alunos para alguma área de preservação. Também existe o fato de que a aula dura somente duas horas, o que dificulta para nos deslocarmos, fazermos a prática e voltarmos a tempo dos alunos assistirem as outras aulas. Além disso, como uma aula prática tem como objetivo reforçar conceitos teóricos através de atividades nas quais os próprios alunos sejam capazes de perceber os atributos ecológicos que falamos em sala de aula, isto pode ser feito em qualquer lugar que haja uma população biológica”, explica o professor Cleber.
O professor Cleber destaca ainda que quando olhamos a natureza de longe deixamos de perceber os pequenos detalhes, pequenos animais ou flores e folhas. “Eu pessoalmente já havia notado previamente esta diversidade ‘liliputiana’. Mas os alunos só a perceberam ao se debruçarem no gramado e olharem detalhadamente. Acredito que poderíamos aproveitar esse potencial e tornar estes gramados mais belos.”, destacou.
De acordo com o diretor do CCBSA, professor Francisco Jaime, há um projeto que está em fase de implantação para uma ação de paisagismo na área do estacionamento do Campus V, prevista para ocorrer dia 11 de junho. Ao todo, serão plantadas
67 mudas de espécies frutíferas e árvores da mata atlântica, incluindo:
pau-brasil, ipê-amarelo, ipê-roxo, cássia-rosa, jasmim-manga, pata de vaca,
jambeiros, mangueiras, cajueiros, acerola e azeitona preta. A iniciativa prevê que cada aluno, professor e técnico administrativo seja responsável por uma das plantas, cuidando destas espécies após o plantio.
As plantas são
provenientes de viveiros dos câmpus da UEPB em Campina Grande e Lagoa Seca,
mantidos pelo Programa “Adote uma árvore”, que é coordenado pelo professor Ivan
Coelho; do Horto Zoobotânico de João Pessoa, da SEMAM e Parque de Exposições
Agropecuárias de João Pessoa. Além da questão ambiental e paisagística, esta atitude segue um simbolismo referente ao Campus V, que, dentre as ações de sua inauguração, em agosto de 2006, contou com uma atividade de plantio de árvores no prédio da ESPEP, onde funcionava o Campus naquela época.
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