segunda-feira, 9 de abril de 2012

Projeto da UEPB vai rearborizar áreas desertas do Sertão paraibano


Por Severino Lopes (jornalista)


Localizada no Sertão da Paraíba, a cidade de Catolé do Rocha sofre com a depredação ambiental. Algumas áreas da cidade estão ficando desertas por conta da ação inconsequente do homem. Os atos de vandalismo mudaram a paisagem sertaneja. Árvores centenárias das mais variadas espécies foram abaixo nos últimos anos, deixando alguns lugares sem vida. O desaparecimento da flora inevitavelmente alterou a fauna, visto que muitos pássaros foram obrigados a migrar para outras regiões, gerando, assim, um empobrecimento da biodiversidade sertaneja. 

Para piorar ainda mais a situação, muitas árvores que dotavam a cidade de um cinturão verde, foram plantadas inadequadamente e estão ameaçadas por fungos. O quadro preocupante faz parte de um relatório preliminar elaborado por um grupo de estudantes do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade Estadual da Paraíba, instalado no Câmpus IV, em Catolé do Rocha. 

Inicialmente o projeto ambiental “Estudo fitossanitário e quantiqualitativo das espécies arbóreas do Campus IV da UEPB”, coordenado pela professora Fabiana Xavier Costa, pretendia replantar algumas áreas em torno da Universidade. Conforme contou a professora, o Câmpus de Catolé do Rocha é um dos maiores da Instituição e todos os dias, professores, alunos e funcionários usufruem da paisagem. 

A proposta inicial era avaliar a saúde das plantas encontradas no Sítio Cajueiro, especialmente a qualidade e a quantidade das espécies arbóreas, numa investigação científica, voltada ao meio ambiente, tendo como objetivo melhorar a arborização do Câmpus e, consequentemente, de toda a região, dentro de uma proposta de reflorestamento do local. 

A atividade, coordenada pela professora Fabiana Xavier Costa, e que conta com a participação dos alunos Anne Maia, Damião Pedro, Luciana Guimarães, Sonaria de Sousa, Gilnara Greice, Diego Frankley, Sebastião de Melo e Yeiky Vieira, Mario Leno Veras, Lunara e dos servidores técnico-administrativos Doralice Fernandes da Silva e Valdeci Dantas, foi além das expectativas. 

Na primeira fase foi feita uma classificação quantiqualitativa e fitossanitária das árvores locais. Já foram identificadas mais de 20 mil árvores em torno do Câmpus. Desde julho de 2010, quando teve início a pesquisa, as espécies encontradas com mais frequência foram a Jurema Preta (Mimosa tenuiflora), Marmeleiro (Cydonia vulgaris), Mofumbo (Combretum leprosum), Nim (Azadirachta indica) e Algaroba (Prosopis juliflora). Na reserva também são encontradas muitas árvores frutíferas como manga, caju, cajá, pitanga, pinha, goiaba, entre outras. 

O levantamento permitiu aos pesquisadores descobrir que a reserva estava carente. Algumas áreas estavam sofrendo com a devastação. Por isso, a coordenação do projeto solicitou da coordenação do Viveiro da UEPB, instalado em Campina Grande, 300 mudas de árvores para plantar no entorno do Câmpus de Catolé do Rocha. A produção de mudas e replantio de espécies arbóreas, substituindo as árvores diagnosticadas com algum problema ou afetadas por pragas, faz parte da segunda etapa do projeto que está em pleno andamento. 

O projeto, conforme revelou a professora Fabiana Xavier, se prepara para entrar na terceira etapa. Diante da dura realidade local, o projeto vai se estender para várias áreas da cidade. Ao longo deste ano, os pesquisadores vão desenvolver um trabalho de educação ambiental com toda comunidade acadêmica e a população em geral, tendo em vista alertar sobre a real situação das árvores. A ideia é fazer o reflorestamento das áreas devastadas pela ação do homem. 

A última etapa do projeto acontecerá em 2013 e será marcada pelo lançamento de um livro elaborado pelos alunos envolvidos no projeto, relatando a experiência feita em torno do Câmpus e na cidade. O livro constará de relatos sobre as agressões ao meio ambiente e fotos reproduzindo a atual situação em que se encontra a flora sertaneja.

Um comentário:

  1. Olá,

    quero parabenizá-los,pelo blog e pela bela e importante iniciativa de reflorestar essa importante área de caatinga...

    Sou natural do semiárido paraibano(São João do Cariri)e vejo com muita preocupação a crescente destruição da caatinga e o avançado processo de desertificação,porque passa nosso município,e os municípios vizinhos...,embora seja do conhecimento de todos,não vejo nenhuma atitude por parte das autoridades,para diminuir esse desastre ambiental...

    Sou estudante de Ciências Agrárias(UFPB)e pretendo,ao término do curso,lutar para tentar proteger o que ainda resta desse bioma tão ameaçado e tão importante...

    Abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.

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